AL presta homenagem aos 50 anos da campanha De pé no chão também se aprende a ler



Marcando as comemorações dos 50 anos da campanha De pé no Chão também se aprende a ler, a audiência pública realizada na Assembleia Legislativa por iniciativa do deputado Fernando Mineiro na manhã desta sexta-feira, 17, também levantou questionamentos sobre os rumos da educação em Natal e no país e rendeu homenagens a professores, trabalhadores e ex alunos do projeto.
 A campanha foi implantada em Natal no ano de 1961, na gestão do então prefeito Djalma Maranhão, mas foi interrompida bruscamente com o golpe militar. Começou com ensino primário para crianças residentes nos bairros carentes da cidade. As aulas aconteciam em escolas de chão batido e cobertas de palha, verdadeiros acampamentos.
O deputado Fernando Mineiro lamentou a brusca interrupção do projeto: “Se isso não tivesse acontecido, nosso País teria ganhado muito”. Mineiro está numa mobilização para que o projeto ganhe uma homenagem a nível nacional, virando selo comemorativo dos Correios.
Educadores e representantes do programa Educação de Jovens e Adultos de diversos municípios do RN lotaram o auditório do plenarinho da Casa. Todas as autoridades na área de Educação convidadas destacaram a importância do antigo projeto que diminuiu o analfabetismo e em três anos matriculou cerca de 17 mil alunos a um custo de menos de 2 dólares per capita. Também alertaram para a necessidade de que as iniciativas existentes a fim de acabar com o número de analfabetos e analfabetos funcionais no País sejam fortalecidas.
A professora Marisa Narciso, do Núcleo de Educação de Jovens e Adultos da UFRN disse que o RN fez um trabalho pioneiro e de vanguarda, porque houve a união do movimento popular e do estado e alertou: “A educação de jovens e adultos ainda precisa ser bastante intensificada”.
A professora aposentada Maria Salete Souza, uma das primeiras a trabalhar na campanha, fez um relato emocionado sobre a experiência em sala de aula no bairro das Quintas e do dia em que foi impedida pelos militares de exercer sua atividade. “Nem caneta vermelha podíamos ter. Eles apreenderam tudo”, disse.
O professor Alexandre Maranhão, sobrinho neto de Djalma Maranhão, foi outro homenageado: “Vejam como é fácil mudar esse país para melhor através de uma iniciativa simples como essa. Mas é preciso ter compromisso. Djalma era honesto e ético e tinha compromisso não só com a educação, mas com a transparência e com o povo de Natal”, disse.

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