Lixo eletrônico: especialistas alertam para que destinação adequada seja feita com urgência



Na abertura do I Fórum sobre lixo eletrônico, realizado esta tarde (6) na Assembleia Legislativa, o presidente Ricardo Motta disse que o evento dava início a um importante debate sobre a sustentabilidade, no momento em que a velocidade de descarte dos equipamentos eletrônicos por parte dos consumidores está cada vez maior. “Entre os países emergentes o Brasil é o que gera mais lixo eletrônico e a iniciativa da nossa Casa é importante porque lança um debate que é urgente, pois temos de começar a pensar em soluções para evitar uma maior degradação do meio ambiente”, disse Motta.

Na palestra E-lixo: reciclar para alcançar um futuro sustentável, o secretário da informática da ALRN, Adriano Motta, citou casos de doenças geradas pela contaminação do ar e do solo por materiais pesados. “O chumbo afeta o sistema nervoso, os rins, o sistema reprodutivo e está presente nos semi condutores”, disse.

O fórum é uma realização da Secretaria de Informática da ALRN, com apoio do Instituto do Legislativo Potiguar (ILP). Contou com a presença do promotor do meio ambiente do RN, João batista Machado, do presidente da Associação das Empresas de Informática do RN, Alex Carvalho, dos especialistas em Direito Digital, Lúcia Tucci e D`Alembert Arrhenius Alves e do diretor geral do Idema, Gustavo Szilagyi. A iniciativa foi bastante elogiada por todos os participantes: “Esperamos que a partir de hoje esse seja um debate permanente com soluções eficazes”, disse Lúcia Tucci. O promotor João Batista disse que o fórum foi uma iniciativa louvável por propiciar o debate sobre um tema fundamental.

“A lógica do sistema capitalista é vender cada vez mais. E esse sistema vai vender mais, ou usando o marketing, ou tornando as peças mais descartáveis e a gente tem que se convencer que os recursos naturais são finitos”, disse D`Alembert. Para Lúcia Tucci, as empresas não devem esperar pela lei, nem pelo poder público para serem responsáveis. “Elas tem uma responsabilidade econômica, intrínseca às suas atividades”, disse.

O promotor João Batista Machado disse que a solução desse problema, do acúmulo de lixo eletrônico, deve seguir duas linhas: a da responsabilidade compartilhada e a coleta seletiva. ““Estamos seguindo a linha do consumismo do que nos é imposto, principalmente pelas grandes empresas. Mas pelo princípio da responsabilidade compartilhada, quem vai pagar a conta somos todos nós. A dúvida é sobre quem vai cobrá-la e como é que isso vai ser dividido. Esta é uma grande dúvida, mas o tema é bastante atual, preocupante e nos remete a uma reflexão sobre o que pretendemos no nosso futuro”, disse o promotor. A ONU já fez um alerta ao Brasil, advertiu que o país não tem nem estratégia para lidar com o fenômeno, e o tema sequer é prioridade para a indústria.

São instituições parceiras da AL no evento o Sindicato da Empresas de Tecnologia da Informação do RN (TI – SETIRN), a Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação do RN (ASSESPRO/RN) e a Associação Norte-riograndense das Empresas de Informática do RN (ANEINFO).

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