Centenas de professores do estado que protestaram em frente à Assembleia Legislativa do Paraná estão feridos após repressão da PM. O prédio da prefeitura foi transformado em uma espécie de enfermaria. Bombas, balas de borracha e até blindados foram utilizados para reprimir os servidores. As imagens são de guerra
Professores e servidores que estão hoje (29) na Assembleia Legislativa para acompanhar a votação de alterações na previdência do funcionalismo foram brutalmente agredidos pela Polícia Militar do governador Beto Richa (PSDB).
De acordo com o jornal paranaense Gazeta do Povo, que cobre os conflitos in loco, mais de 130 manifestantes estão feridos e oito encontram-se em estado grave. O SAMU divulgou que o número total de feridos é de 150 pessoas. Os que apresentam estado mais grave foram encaminhados para o hospital Cajuru, um deles com traumatismo craniano.
Foram utilizados blindados, bombas, balas de borracha, cães treinados e até um helicóptero para coibir os servidores. Um veículo do Batalhão de Fronteira do Paraná, que atua a 600km de Curitiba, foi deslocado para reforçar o cerco à Assembleia Legislativa.
Diversos feridos estão sendo atendidos no meio da rua. O prédio da Prefeitura de Curitiba foi transformado em uma espécie de ambulatório para dar suporte aos atendimentos.
O gás lacrimogênio utilizado pela PM acabou entrando em um dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) do Centro Cívico. Os pais foram buscar as crianças. Segundo o diretor, os alunos ficaram muito assustadas.
As ambulâncias não foram suficientes e equipes da Guarda Municipal foram acionadas para ajudar no deslocamento dos manifestantes feridos. O prefeito Gustavo Fruet (PDT) disse que até o momento houve 34 pessoas encaminhadas ao hospital e que a ação do governo do estado tem um grau violência desnecessário. “Há dias a prefeitura vem alertando da desproporcionalidade da força.”
O comandante da Polícia Militar e a Secretaria de Segurança Pública afirmam policiais também ficaram feridos.
Guerra
O deputado federal Enio Verri disse que o cenário é devastador e fugiu do controle. “É uma atitude truculenta e absurda, ultrapassada, parece o Brasil do século 19. São trabalhadores organizados fazendo uma mobilização não para conquistar direitos, mas para não perdê-los. Eles (governo) não têm diálogo nenhum com o setor público e ainda por cima mandam colocar a polícia”, afirmou.
Paraná Previdência
Os servidores públicos protestam contra o projeto de lei que promove mudanças no custeio do Regime Próprio da Previdência Social dos servidores estaduais – ParanaPrevidência.
O projeto foi aprovado em primeiro turno na sessão na tarde de terça-feira com 31 votos favoráveis e 20 contrários. O projeto de lei muda a fonte de pagamento de mais de 30 mil beneficiários para o Fundo Previdenciário.
Com isso, o governo deixa de pagar sozinho essas aposentadorias e a divide a conta com os próprios servidores, já que o fundo é composto por recursos do Executivo e do funcionalismo.
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